sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Inflação
É interessante que a maioria dos que são contra a diminuição dos salários nominais, geralmente são favoráveis à saída de Portugal do Euro.
Como já foi aqui explicado, o que Estes querem é enganar as pessoas( dado maioria sofre da ilusão monetária), e transferir dos aforradores para os devedores parte da riqueza amealhada por estes.
Numa situação de inflação os devedores vêm a sua divida real diminuir, mas os aforradores vêm a sua riqueza real diminuir.
Mas é bom que a divida desça não é?
Sim é, mas quando esta é paga sem recursos artificiais.
Qual o mal, se os aforradores aforraram foi porque não necessitavam do dinheiro, dirão alguns,
se pouparam podem prescindir de algum e ajudar os que gastaram e agora estão em apuros.
Não me vou debruçar sobre a moralidade desta medida, vamos tentar perceber os impactos nocivos da inflação (impressão monetária).
Primeiro inflação não é subida dos preços, como geralmente se diz por aí, é sim aumento da massa monetária, que poderá ou não levar ao aumento dos preços.
Como tudo na vida, a moeda também se rege pela Lei da Oferta e da Procura, esta diz que quando existe mais quantidade de um bem o seu valor diminui (é consensual se tenho mais maças e a quantidade procurada é a mesma, o preço de cada maça irá baixar).
Mas este aumento da massa monetária não leva obrigatoriamente(pelo menos no curto prazo) a um aumento dos preços dos bens finais.
Os preços dos bens finais são influenciados por diversos factores, como a tecnologia, inovação, pressão salarial etc...
Mas porque é que este aumento da massa monetária é negativo?
Bem vejamos o que ocorreu com a injecção em 2008 e sucessivas, a economia real em nada melhorou, o crescimento das principais economias continua a ser reduzido e estas não arrancam, mas os índices bolsistas bateram recordes, e estão hoje acima dos valores pré crise.
Os produtos petrolíferos e derivados encontram se a uns níveis, elevados para o consumo dos mesmos (o consumo está ao nível dos anos 2004/05 quando o preço do crude estava nos 40/50 dólares)
O preço dos bens alimentares está mais elevado.
Verdade que assistimos em todo o mundo ocidental a uma baixa de salários, por exemplo nos USA os empregos criados são de valor baixo, a tempo parcial, etc...
O fenómeno atrás descrito contraria as forças de subida fazendo com que a "inflação" não seja tão elevada.
Mas no caso americano é interessante saber que o seu índice de preços(o que a FED utiliza), não inclui a energia nem alimentação.
Esta lenga lenga toda para dizer que ainda existe a possibilidade de assistirmos num futuro próximo a um aumento dos preços.
Mas vamos analisar as implicações deste fenómeno.
Como se processa este?
Bem o Banco central vai injectar dinheiro comprando obrigações ao Estado (monetização do deficit), este pega nos fundos e paga aos que estão mais próximos dele (funcionários públicos, pensionistas, fornecedores, grupos de pressão, etc...) estes ao receberem o dinheiro fresco, vão e gastam no (o dinheiro não chega a todos ao mesmo tempo) antes dos preços ajustarem as novas condições do mercado(subirem), logo saindo beneficiados face ao resto da sociedade.
Neste fenómeno os mais prejudicados são os últimos a receber o dinheiro, dado que quando chegam ao mercado os preços já ajustaram e estes tem um dinheiro com menos capacidade aquisitiva. A realidade é que se tem mais dinheiro no bolso mas este compra cada vez menos.
Em situações de inflação alta, as taxas de juro tendem a ser elevadas, as pessoas só iram poupar se for vantajoso, isto leva a uma diminuição do investimento (dado o seu custo ser elevado), levando a uma diminuição das fases de produção, levando os empresários a apostar em fases mais próximas ao consumo, levando a uma erosão do capital acumulado.
Num caso extremo assistimos ao desaparecimento da moeda, dado a confiança ficar desfeita (ver caso do Zimbabué).
O problema é que a inflação tem efeitos devastadores sobre a economia no médio longo prazo(MLP).
Uma sociedade com elevada inflação no MLP vê a sua capacidade produtiva e a sua qualidade de vida diminuída. E sãos os que menos tem e os que vivem de poupanças os mais afectados
Existem na net, excelentes explicações com exemplo reais do que ocorre num cenário de hiperinflação.
Mas estamos longe desse cenário, Eu diria que sim mas e existe sempre um mas, ninguém sabe dizer quando passamos o ponto de não retorno, nem Eu( bem eu é que não tenho nem de perto nem de longe capacidade para tal) nem ninguém, relembro o caso de 2008, em que o Bernanke dizia estar tudo óptimo dias antes do estoiro.
Tempos interessantes que vivemos
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