quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Saída do Euro?


O Vivendi nuns post abaixo apresenta um economista alemão a defender a saída do Euro quer da Grécia quer Portugal.
Como não tenho nenhum conhecimento real da Grécia não comento em relação a esta, mas irei apresentar a minha modesta opinião em relação a Portugal.


Ninguém consegue quantificar o custo da saída, já se fizeram muitos estudos sobre esse problema, Eu como já num post passado afirmei a ciência Economia, não tem capacidade de previsão como nas naturais, mas podemos através da dedução lógica prever uma tendência, isto é, prever o que se passaria sem quantificar.

A saída do Euro pressupõe um default sobre a divida, porque se passamos para outra moeda, e como a  divida contraída pelo Estado está na sua grande maioria sobre a alçada do direito inglês, com uma moeda mais fraca certamente este não teria capacidade de a pagar. Por tanto, teria de estar associado um Default.

O que faria o Estado ficar  arredados dos mercados de divida internacionais, até que os investidores se esquecessem, as yield iriam disparar.

As empresas com sede em Portugal, iriam passar por um problema similar ao Estado, tendo estas também muitas dificuldades de aceder aos mercados internacionais.

O pânico seria brutal, os economistas tem naquela sua cabeça que as pessoas são racionais e mais não sei o que, a realidade é que seria um período muito conturbado.

Portugal não produz comida suficiente para alimentar o país, isto é, o mercado interno não tem capacidade imediata para responder, plantar e colher implica tempo, tempo esse que a população não poderia esperar, logo perspectiva-se fome.

A teoria que desvalorizações são positivas na economia de hoje, com a nossa estrutura produtiva, sinceramente não me acredito.
Temos uma industria muito dependente de importações, não temos matérias primas, nem energias fósseis, logo num primeiro momento existiria um aumento brutal dos combustíveis.
As empresas exportadoras, importam acrescentam valor e exportam, temos grandes quantidade de empresas exportadoras que acrescentam pouco valor nacional às suas exportações, logo estas seriam muito penalizadas, podendo perder a eventual melhoria de competitividade preço.
Os investimentos em capital ficariam muito mais caros, e logo a nossa capacidade de crescimento seria reduzida.

O grande objectivo de quem propõe esta medida é inflacionar a economia, como se a inflação fosse melhorar o que quer que fosse, grande parte da população (eu incluído) não tem experiência em viver com inflação de 2 digitos.
A desvalorização da moeda, é uma forma de enganar a população, uma visão colectivista, porque quem se lixa é o consumidor, terá acesso a produtos inferiores a um preço superior.
Dizem que estimula o crescimento, treta por exemplo se pensam que os cérebros saem facilmente de Portugal, esperem até sairmos do Euro, o ritmo vai disparar.
A competitividade preço é importante, mas a realidade é que ouço os empresários a queixar se mais de custos de contexto do que de salários, de impostos excessivos do que salários, etc...

Mas alguém duvida que uma saída do Euro, não irá colocar parte da população contra outra? Querem melhor cenário para os comunistas e Trotskistas que este?



Hoje Portugal vende para a Europa cerca de 75% da suas exportações, por isso se o Euro é forte ou fraco é irrelevante, o Euro forte tem benefícios, as importações de energia, matérias primas saem mais baratas ganhando competitividade preço nos custos, é uma maneira de pressionar a inovação, a melhor gestão,etc..

O Professor Huerta de Soto, tem um artigo onde defende o Euro, porque este actualmente para Portugal funciona como o Padrão ouro (imperfeito) porque retira o poder de ilusão e engano aos políticos.
Estes como não criam moeda, não tem capacidade de inflacionar, perdem a capacidade de iludir o eleitorado, como perdem a capacidade de contrair crédito para pagar dividas passadas tem de aumentar impostos, reduzir despesas, etc....
O que ocorre e aí o autor tem uma certa razão ao dizer que a austeridade não funciona, o problema é que os lobbys continuam a viver como nada se passa-se, vejam o exemplo esta semana das universidades, choraram e o Governo voltou atrás, existem inúmeros exemplos disso.

O Estado viciou as pessoas em Despesa pública, porque muita despesa é pensão, salário, receita de alguém.

As pessoas falam na rua, estamos a perder direitos, não a realidade é que hoje as pessoas estão a ver que a despesa do Estado tem de ser paga, divida não é mais que impostos futuros mais elevados porque temos de pagar os juros.
O Estado social ,como já escrevi, é um fenómeno apenas capaz de ter durado tanto tempo, devido à nossa adesão ao Euro.
Podíamos ter aproveitado e ter investido de forma inteligente, dando capacidade de investimento aos nossos empreendedores, mas não optamos por seguir o caminho do investimento público e os bancos o caminho das rendas e não no apoio ao empreendorismo, reparem que não existem em Portugal, Venture Capital.

Para não falar no abandono da produção, interessante que hoje o Cavaco fale de regressar ao mar e perder o estigma, o que é responsável em parte pela desactivação da frota pesqueira.

As pessoas preferiram o caminho fácil, o do "Estado resolve" é mais fácil ser outro a resolver que nós próprios. A democracia teve um efeito muito nocivo, um efeito secundário do Estado Social, a eliminação do gosto pelo risco, e o aumento exponencial dos avessos ao risco (também sou avesso ao risco), temos de rasgar com essa forma de estar, a sociedade não pode penalizar tanto quem arrisca.

Os keynesianos adoram o Estado Social porque este induz as pessoas a não pouparem, a consumirem mais do que de outra forma o fariam. O desenvolvimento real, a criação real de riqueza só aparece se existir poupança, sem esta como aprendemos em 2007 o crescimento é ilusório.
Consumo e poupança são competidores, se pouparmos não consumimos, mas a poupança é muito mais importante que o consumo, porque esta alavanca o investimento, sem poupança não existe investimento.
Dirão os keynesianos que não é verdade, neste mundo manipulado sim, a maioria do investimento não provem de poupança mas de dinheiro criado do nada, como explica a teoria austríaca do ciclo económico, mais cedo ou mais tarde o Boom dá em Bust, sendo que como sempre quem se lixa é o mexilhão.

A realidade é que o povo tem de evoluir, perceber que o Estado quando gasta dinheiro tem de o retirar a alguém, que o verdadeiro crescimento vêm,  não de manipulações de moedas e outros que tais, mas sim pela poupança, pelo trabalho e pelo risco.

A realidade é que existem muitos dependentes do Estado.

É possível Portugal manter-se no Euro e conquistar competitividade, falam que Portugal perdeu competitividade o que é mentira, a produtividade em Portugal tem aumentado, até a ritmo superior a Alemanha. Todos tem de trabalhar e perceber que não dependem do Estado, mas de si próprios, dos seus e uns dos outros.

Temos de simplificar, reduzir burocracias, e perceber e Aceitar que o Estado Social é cancerígeno.

Este destroi o valor da família e das nossas relações de dependência

Sim todos dependemos uns dos outros, mas esta deve ser uma dependência voluntária e não coerciva como a do Estado é.

Mas ao mesmo tempo perceber que precisamos de um compromisso, eu hoje sou anarco-capitalista, mas não sou maluco, não espero que seja de hoje para amanha, sou um anarco pessimista.

Mas temos de cortar e preservar o essencial, existem pessoas que hoje sem a pensão do Estado morreriam à fome porque não tem poupança e nem capacidade para regressar ao mercado de trabalho
 Apesar de ir contra o que deveria defender, o Estado devia cortar nas pensões, não pagar a ninguém mais de 2500€ (excepto nos bancos e companhia que anexaram os fundos estes reformados não tem culpa nenhuma), reduzir fortemente os empregados, reduzir os subsidio de desemprego. Reduzir na saúde, mesmo que isso implique perdas de vidas (velhos com mais de 80anos não gastar tanto com estes), reduzir na educação acabando com a obrigatoriedade, acabando com ensino universitário gratuito.

Sei que são propostas muito ofensivas para muitos, mas temos de salvar o presente e o futuro, porque senão o que defendi irá acontecer, e muito mais rapidamente com a saída do Euro.

Dar verdadeira liberdade às pessoas, romper com a subida na hierarquia  da sociedade.

Este sistema só beneficia os ricos e os políticos não os cidadãos de Portugal.


5 comentários:

Vivendi disse...

Excelente post Filipe.

Ricardo Anjos disse...

Deixemos-nos de ilusões... O País (este País - Portugal) já não muda... é mais fácil mudar de país!

As despesas de quem paga (contribuintes líquidos), são as receitas de quem recebe (a maior parte da população). Quando a capacidade contributiva ficar exaurida, ficaremos todos (95% da população) no limiar da fome...

Soa a democracia... ou será Socialismo puro e duro??? Esta "pobre e madura Democracia", cairá de podre quando acabar o financiamento externo.
Nesse momento, haverá sangue, suor, e muitas muitas lágrimas. Culpados ou cúmplices...? seremos (somos) TODOS nós

PS: Peço desculpa pelo meu pessimismo, mas há dias assim...!

Anónimo disse...

gostei do que li, mas...

(velhos com mais de 80anos não gastar tanto com estes)

afirmar isto e no minimo polemico

Filipe Silva disse...

Como sabemos hoje os que inventaram a ideia do Estado Social e o meteram em prática duvido que tivessem em mente o Estado social de hoje.

Convém não esquecer que antes desta geração de direitos, os beneficiários da segurança social viviam pouco tempo, logo o sistema não entrava em rotura.

A realidade é que tendencialmente os custos da saúde disparam com a idade, o que é normal o corpo entra em decadência é um processo natural, a vida é assim mesmo.

Grande parte do apoio prestado pelo Estado foi via emissão de divida, ou transferencias de fundos da UE.

Em 40 anos o Estado cobrou sempre menos do que gastou, por isso este tem divida e sem as transferencias de UE certamente a divida seria maior, e não teria havido o consumo que existiu em Portugal.

Keynes dizia no longo prazo estamos todos mortos, sim ele está morto, o problema é que o longo prazo dele é o meu presente.

Não defendo paneis de morte nem nada do que se pareça, é uma situação muito delicada, talvez a forma como coloquei a questão foi de uma forma pouco cuidada.

Mas a realidade hoje é que o Estado não pode ir a todas, isto é, já não poderá dizer mande fazer e depois apresenta-se a conta e logo se vê.

A ideia que queria apresentar é que vão ter de ser realizadas escolhas, mesmo pelos estadistas e socialistas, podem da boca para fora dizer que vão dar tudo a todos, mas iram na hora da verdade fazer escolhas.
Já hoje isso ocorre com as listas de espera

O excesso de loucuras e roubos exercido pelos politicos vão custar inumeras vidas no futuro próximo e não tão próximo, vão ser crianças que não vão nascer, porque a crise leva às pessoas a terem menos filhos, mortes por suicidio, mortes por violencia de quem não consegue emprego, muito sofrimento que a divida vai causar, mas este sofrimento é impossível de escapar.

A decisão é quanto tempo vai demorar o sofrimento.

A realidade é que se morressem 1 milhão de idosos o problema das contas do Estado se resolvia.

A realidade é uma o Estado para oferecer alguma coisa a alguém retira de outro.
O Estado quando retira dinheiro para fazer face as suas despesas diminui o potencial de crescimento do país.
O EStado hoje gasta 0,70€ por cada 1€ que retira para o Estado social.
Por exemplo as misericórdias gastam 0,3€ por cada 1€.
O Estado é ineficiente.

O problema é que o Estado meteu-se em todas as fases da vida do cidadão, friso que se for de livre vontade se der a possibilidade de escolha não sobre coação não vejo qualquer problema.

PS- a minha avó tem 84 anos, eu não acho que o Anónimo tenha de ser espoliado para que a minha avó tenha o melhor atendimento possível, não acho que é moralmente aceitável que os outros sejam chamados a pagar a conta sob coação, se for por livre vontade não vejo mal.

David Seraos disse...

Muito bom post Filipe!

E sobre aquela frase que pode ser "criticada", mas a esperança média de vida actualmente é de 79anos.

Com isto não estou a dizer, que as pessoas só podem viver até x anos para não serem um encargo grande demais para o Estado. O sistema é que está mal feito e deve ser melhorado o mais rapidamente. Infelizmente tambem não acredito muito nessa melhoria.

Um exemplo prático de como o Estado é ineficiente até a nivel de solidariedade a nivel dos individuos, a semana passado por causa do tornado, as pessoas que tinham ficado com as casas danificadas estavam a ser "alojadas" pelos vizinhos e amigos, não por casas do Estado. E isso muitas pessoas disseram quando os jornalistas iam falar com elas.

P.S.: Desconhecia esse racio de gasto por 1€ do Estado e Misericoridas.