Contudo, e analisando o documento que o INE lançou cá para fora, considero que podem haver mais razões para além daquela que foi invocada na comunicação social.
É verdade que o INE escreveu no relatório um parágrafo a referir que os portos poderão ter causado uma quebra nas exportações para os países fora da UE, que recorrem sobretudo aos meios marítimos, na ordem dos 18%, mas é curioso notar que nas importações, que se fazem também por via marítima, a quebra só já foi de 7,7%. Podem consultar o relatório aqui
Se olharmos para o quadro das exportações, verificamos o seguinte:
Exportações para a UE:
Vendas em Set2011 para a UE: 2792 milhões de euros
Vendas em Set2012 para a UE: 2561 milhões de euros,
Segundo o INE, o comércio intracomunitário pouco usa a via marítima, portanto não são as greves a provocar esta enorme quebra de 8,3%.
E se compararmos entre Agosto e Setembro 2012, aumentámos as exportações para a UE em 19,6%!
Definitivamente que as greves nos portos não influenciaram esta rúbrica.
Passando para as exportações fora da UE, que essas sim, segundo o INE, já usam maioritariamente a via marítima, constatamos o seguinte:
Vendas em Set2011 fora da UE: 1000 milhões de euros
Vendas em Set2012 fora da UE: 985 milhões de euros
Faturámos menos 15 milhões. variação negativa de 1,5%. Não me parece que a greve tenha influenciado de sobremaneira este valor.
Mas se compararmos entre Agosto e Setembro 2012, aí a coisa muda de figura. Houve realmente uma diminuição de 17% entre um mês e outro, e certamente que nesta rúbrica as greves exerceram influência pela negativa.
Moral da História:
Tudo somado, UE e fora dela, em Setembro, as exportações cairam 6,5% face a igual período de 2011. Faturámos menos 246 milhões de euros.
E esta é que é a realidade. Certamente que a greve nos portos não ajudou, mas na minha análise, essa questão não é, nem de longe nem de perto, o principal motivo para este mau desempenho.
Estamos a exportar menos porque estamos a vender menos para o exterior.
Atirar as culpas para cima dos estivadores (desconheço os motivos e as razões das greves) é querer escamutear o verdadeiro problema das nossas exportações:
Estamos a exportar bem menos do que em igual período de 2011, e isso é um problema sério, muito sério.
Senhores e senhoras jornalistas, façam o vosso trabalho de casa, e em vez de ecoarem os disparates que alguém achou por bem publicar, preocupem-se em elucidar de forma verdadeira e honesta o que o INE realmente publicou.
Tiago Mestre
4 comentários:
penso que tambem nao estas a ser serio na tua analise, exportamos mais que o mes anterior
Caro anónimo, não metamos juízos de caráter pelo meio porque todos sabemos que atrapalha o nosso estudo e degrada as nossas relações (sei do que estou a falar por experiência própria). Se tens outra interpretação dos números, tão ou mais válida do que a minha, o Viriatos é o espaço ideal para o fazeres e me refutares.
Mas penso que concordas comigo de que, pela primeira vez, o que faturámos em Set2012 ao exterior é inferior ao que faturámos em Set2011.
E julgo que também concordarás que termos faturado mais em Set2012 do que em Ago2012, como referes, não me parece grande proeza, já que Agosto é sempre um mês mais fraco por razões de férias. As fábricas fecham sempre 1 ou 2 semanas. Compararmos Ago com Set é sempre arriscado, tal como comparar Dez com Jan, por exemplo.
O que me preocupa é que a força das nossas exportações para a UE está a tremer e não serão as exportações extra-UE que irão compensar isso, com ou sem greves dos estivadores. Setembro é tão só o sintoma de uma doença que já está em desenvolvimento. Poderás discordar e achar que é apenas um epifenómeno. Tenho que respeitar.
Há meses, senão anos, que escrevo que o vigor das exportações portuguesas baseia-se em fundamentos pouco sólidos, já que a economia europeia não possui nem robustez nem energia para continuar a manter o estilo de vida a que nos habituámos. Andamos a comprar tempo apenas cvom as aldrabices que o BCE, a troika, o ESM e o EFSF nos impingem e que lá vão adiando o encontro com a nossa verdade. No entretanto, lá vamos vivendo. Também já escrevi que o barómetro de tudo isto é o vigor da economia alemã, e cheguei a mostrar gráficos no Contas onde já relatava a queda no sentimento dos empresários alemães e nas novas encomendas à indústria.
A crise chegará à Alemanha mais tarde ou mais cedo, não saberei precisar quando, mas já há indicadores, e com um atraso de 2 ou 3 meses, esse tsunami económico atingirá a indústria exportadora portuguesa.
Achas que será de forma diferente?
Olá Tiago,
também concordo que a greve não pode explicar tanto como dizem os jornais.
Mas também te digo que o valor de Setembro é ainda muito difícil de analisar.
Pessoalmente, não gosto de fazer comparações mensais, porque são muito enganadoras.
Para mim, as comparações que devemos fazer são as homólogas.
A única comparação inter mensal que devemos fazer, na minha opinião, é a de crescimento homólogo.
Se fizermos as contas, o crescimento homólogo de Agosto foi o maior do ano, o que me faz pensar: será que uma parte da descida de Setembro acontece porque algumas das expedições que seriam normais foram feitas em Agosto?
Estou apenas a comparar 2012 com 2011, por isso não dá para ter a certeza se foi um comportamento tão anormal, mas dá para perceber, que foi o mês de Agosto pareceu um mês estranho.
As minhas conclusões semi empíricas, as greves tiveram algum culpa, a situação de Espanha teve culpa, a Alemanha teve culpa... e o resto, só com os dados de Outubro e Novembro será possível tirar conclusões.
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