quinta-feira, 18 de abril de 2013

O novo mito socialista II




Endividamo-nos para nada.
O problema do endividamento dos últimos 15 anos (o pós-Cavaco) foi que o dinheiro foi gasto em consumo. Prova disso é o facto do crescimento potencial ter caído continuamente 0.8pp/ano.

Fig. 1 - Apesar do endividamento crescente, o crescimento foi decrescente (dados trimestrais anualizados: INE).

Tirando ser feia, gorda e burra, é a mulher perfeita.
Os socratistas andam a dizer que, em 2005 e 2007, houve um período de aumento do crescimento e o que se passou depois de 2008 foi causado pela crise do sub-prime.
Mas a história de um tsunami não se faz com o tempo de calma que medeia entre o tremor de terra e a chegada da onda. O relevante é ver o impacto total e, no nosso caso, numa era de 18 anos, cada vez ficamos com uma tendencia de crescimento menor.  E isto apesar do endividamento que dizem ser a política do crescimento.
Os sócratistas dizem que, tirando o endividamento e os anos em que houve  contracção do PIB, a governação do Sócrates foram apenas anos de grande crescimento económico.
Vigaristas.

Fig. 2 - Diz a dívida pública: coitadinho, quando deu conta, já estava esmagado. Lá se foi a política de crescimento.

Vamos à amortização da dívida.
Para simular a sustentabilidade da nossa divida pública vou considerar que vai atingir em 2014um máximo de 130% do PIB.
Nas contas de 2012, a execução orçamental refere que as contas públicas tiveram um saldo primário de  0.3% do PIB , 533M€ (quadro 2).

Os juros foram de 8485M€ o que tem implicita uma taxa de juro média de 4.24%/ano.
Interessante que a Troika empresta-nos dinheiro a cerca de 3%/ano e os esquerdistas do PS dizem que é uma taxa muito elevada quando o Guterres e o Sócrates endividaram-se a uma média de 5%/ano e não dão sequer um pio sobre isso.
Vigaristas.

Vou adoptar mais umas hipóteses.
Crescimento económico de longo prazo -> 1.5%/ano
Taxa de inflação -> 2%/ano
Neste caso, daqui a 91 anos conseguimos reduzir a nossa dívida pública a 60% do PIB.

Mas o Gaspar diz que o saldo primário pode atingir 2.5% do PIB.
Neste caso, já só demoramos 25 anos a atingir o endividamento de 60% do PIB.

Fig. 3 - Trajectória da dívida pública portuguesa, 2014-2060

O Japão deve 220% do PIB.
E por lá não dizem que o Estado japonês vá bancarrotar.
Por isso, deixemos os vigaristas a pregar de que têm uma solução mágica apra todos os problemas actuais e, mesmo com um crescimento não muito grande, é perfeitamente possível pagarmos a nossa dívida pública.
Haja vontade. 

Pedro Cosme Costa Vieira

1 comentário:

Anónimo disse...

SEMPRE A BRILHAR PROFESSOR