segunda-feira, 8 de abril de 2013

Segurança Social estudada a(o) Fundo

Para que todos os leitores do Viriatos saibam estar informados acerca das contas da SS, tanto Receitas como Despesas, então aqui vai:

Dados Banco de Portugal, eu fiz os gráficos.

De uma receita total de quase 25 mil milhões, as contribuições (o que a população ativa desconta) ficam-se pelos 13 mil milhões. É metade aproximadamente das necessidades da SS
Tudo o resto são injeções de dinheiro de outras rúbricas que nada têm a ver com a SS. De destacar as transferências do OE, que estão nos 8 mil milhões de euros em 2012. Ou seja, o Estado tem que ir buscar aos impostos a módica quantia de 8 mil milhões para ajudar às contas da SS.
8 mil milhões é quase o défice do Estado português!


Nas despesas também é fácil de perceber:
As reformas, em 11 anos, duplicaram de valor. A sobrevivência e o desemprego também escalaram, sobretudo nos últimos anos.
Tudo somado, as despesas da SS rondam os 23,7 mil milhões de euros.

Para colocar em perspetiva, eis as despesas dos outros ministérios mais importantes para 2013 aprox:
Justiça:     1,2 mil milhões
Polícias:    2 mil milhões
Defesa:     2 mil milhões
Educação: 6,8 mil milhões
Saúde:      7,8 mil milhões
Juros:       8,5 mil milhões

Estão a ver onde é que temos que ir buscar os 10 mil milhões que faltam para anular o défice?

Tiago Mestre

5 comentários:

Vivendi disse...

Tiago,

2 questões.

Na rubrica da educação consegues quantificar qual é o valor para o ensino superior?

Sabendo nós que o peso do estado na economia no tempo da ditadura era de 15%, consegues prever qual seria +/- a percentagem da carga tributária?

Abraço.

André disse...

Estes dados são só para a Administração Central? É que em 2012 para a Educação (e Ensino Superior) e a Saúde estavam escritos no OE2012 cerca de 19 mil milhões e 9 mil milhões respectivamente.

Tiago Mestre disse...

Vivendi, em tempos fiz umas contas e parece-me que para o ensino superior os valores do OE rondariam os 500 milhões de euros, aproximadamente 50% dos custos totais do ensino superior. O resto viria das propinas.

André,
neste valores não estão as dotações dos Fundos Autónomos e PPP's, e talvez aí haja mais rúbricas alocadas à saúde e à educação.

O ensino superior é Fundo autónomo, e pode não aparecer nas contas do Ministério da Educação (não tenho certeza do que estou a falar)

Os novos hospitais de Cascais, VF Xira e Braga são em PPP e parece-me que tb não entram na esfera de custos do Ministério da Saúde.

Há outros hospitais que fazem serviço público e estão na esfera das Santas Casas da Misericórida. Hospital de Alcoitão em Cascais e Hospital da Prelada no Porto, por exemplo.. Talvez aqui seja a SS a pagar estes serviços, e não o Ministério da Saúde.

Há muita dispersão de rúbricas, pelo que o que é "oficial" pode não ser o totalmente real e a complexidade na análise aumenta.

O que me interessa nesta análise é que percebamos as grandezas dos valores. Ir aos detalhes poderá significar uma carga enorme de trabalhos e de dúvidas..
Por exemplo, ainda hoje vi escrito no jornal I que as despesas da Saúde são de 8,5 mil milhões para 2013, quando no OE2013 os valores andam nos 7,8 mil milhões...

Enfim, temos que viver com uma enorme profusão de rúbricas

Tiago Mestre disse...

Acerca da carga tributária no tempo de Estado novo:

Com a guerra a consumir às vezes 40% do Orçamento, talvez na década de 70 o peso do Estado andava pelos 20% da PIB.
Ora, mesmo assim ainda havia superavit, que não era grande, mas sempre era superavit.
Talvez a carga tributária andasse também pelos 20%, um pouquinho abaixo..

Vivendi disse...


Talvez a carga tributária andasse também pelos 20%, um pouquinho abaixo.

Incrível não é?

Hj estamos quase nos 40%.

Precisas de fazer um post acerca deste tema.

Saber o porquê deste aumento colossal...