quarta-feira, 22 de maio de 2013

No regímen do deficit

     "Sob o ponto de vista financeiro, a dura lição de 1891 valeu de tanto para o período que estamos examinando, como a bancarrota de 1852 para a longa década que se lhe seguiu: temos vivido no regímen do deficit" 

António Oliveira Salazar, O Ágio do Ouro: 1918

3 comentários:

Anónimo disse...

"A desvalorização interna é muito dolorosa, económica e socialmente, fazendo incidir os seus custos essencialmente sobre os trabalhadores, com deflação salarial arrasadora (desvalorizar 30% quando as remunerações pesam 20% na produção mercantil), desemprego insuportável (sendo estimada uma taxa de desemprego estrutural superior a 20%), [1] liquidação de direitos e demolição do Estado social. E, a final, não resolve os problemas estruturais.
Ainda que se olvidassem os custos sociais, a nossa experiência recente mostra à evidência que a desvalorização interna não resulta: as reduções salariais e o aumento do desemprego não conduzem ao aumento da competitividade-preço mas à redução da procura interna; essa redução da procura reduz o défice externo mas à custa da recessão económica, da redução do investimento e da capacidade produtiva, portanto do crescimento potencial; inviabiliza a redução dos défices públicos devido à perda de receitas fiscais e parafiscais; o objectivo da estabilização do nível relativo da dívida pública face ao PIB só será possível com enorme e permanente excedente orçamental primário (da ordem dos 5%) [2] o que só agrava ainda mais tudo o resto; e o endividamento aumenta, apesar dos 10.000 de milhões das privatizações e fundos de pensões.
Este caminho levar-nos-á, pelo menos durante os próximos 15 a 20 anos, a um enorme desastre económico e social, à emigração massiva da geração “mais bem preparada de sempre”, a uma sociedade mais pobre, desigual e revoltada. Não sendo credível que isto não conduza a graves convulsões sociais e políticas." (ROSA, 2013)

José** disse...

Caro Vivendi,

Se tens um link para uma versão numérizada do "Agio...", agradeço que o indicas sff.

Um abraço.

Vivendi disse...

Estimado José**,

Infelizmente não disponho do link de uma edição on-line do Agio. O que se vai encontrando por aí são pequenos excertos da obra.

Abraço.