segunda-feira, 13 de maio de 2013

Vá lá, toca a cair na real

É muito interessante ver e ouvir nos media um coro de comentadores a criticar tudo o que sejam cortes na despesa pública.

Se se corta nos funcionários públicos, aumenta o desemprego.
Se se corta nas reformas e pensões, agrava a condição social das famílias, já que atualmente muitas delas dependem dos avós para compensar o dinheiro que falta ao fim do mês.

Ainda há alguns que acreditam que bastará cortar nas PPP's e efetuar reformas no estado, leia-se cortar gorduras nos ministérios, para corrigir o excesso de despesa. A esses nem vale a pena alertar para o erro de opinião porque topa-se logo que são avessos a números e a contas.

Mas para a grande maioria dos comentadores, líderes de sindicatos e muitos outros, julgo já terem tido tempo mais do que suficiente para perceberem que o excesso de despesa está devidamente evidenciado e rubricado. Não há grande volta a dar.

Poderemos alterar mil ou 2 mil milhões da esquerda para a direita e vice-versa, mas no fundo no fundo é nas reformas, nos subsídios e nos funcionários públicos, leia-se saúde, educação e alguma coisa nos ministérios considerados essenciais para a soberania onde está o grosso da despesa.

Todo esse dinheiro que é preciso cortar faz falta a alguém, ele até nem é mal gasto (uma pequena parte até poderá ser), e portanto, qualquer medida de corte na despesa significará DOR em algum setor da sociedade. Pelo dimensão dos cortes a DOR não será localizada, mas antes vasta e abrangente.

Se fosse apenas um corte de mil ou 2 mil milhões para corrigir défice, aumentava-se um pouco os impostos e cortava-se um ou dois investimentos programados e lá se tapava o sol com a peneira. Mas de tanto fazer essa aldrabice ao longo destes anos todos acabámos por esgotar as soluções fáceis, aquelas que não queimam muitos votos, e só nos resta ir para as decisões difíceis, aquelas que deixam marcas profundas na sociedade.

E atenção, mesmo assim nada está garantido, porque cortando 10 mil milhões as receitas cairão na mesma proporção, senão mais ainda, exigindo mais cortes: 5, 10 15 ou 20 mil milhões, O QUE FOR PRECISO, até se equilibrar as despesas ordinárias com as receitas ordinárias.

Tiago Mestre

1 comentário:

Anónimo disse...

Um poço sem fundo...
Acho que ninguém sabe ao certo quando acaba, ou pelo menos abrandam estas notícias "fabulásticas".Este nosso quotidiano já satura.
Nada contra o seu comentário Tiago que até acho que é realista, mas intemporal. Vamos ver o que o futuro nos reserva.
Miguel