quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Deixem lá os estivadores em paz

Não tenho nada a favor nem contra esta gente.
Suspeito, apenas, que devem ter condições e remunerações acima do cidadão comum, mas enfim, há tantos outros que (ainda) estão assim, e portanto bater só nestes porque "prejudicam" as nossas exportações parece-me redutor.

Neste caso, como em muitos outros, a minha sugestão é deixar os estivadores em paz.
Querem fazer greve porque não concordam com as novas regras? Tudo bem
O governo não cede em alterá-las? Tudo bem na mesma.
Eliminar as regras e deixar o mercado funcionar talvez fosse a melhor decisão, mas desconheço os contornos deste caso.

Soluções keynesianas/centralizadoras do tipo Estado querer forçar estivadores a terminar com a greve só porque sim, não me parece que tenha forças para andar.

O que eu acho que pode acontecer é que os estivadores, por estarem tanto tempo parados, percam os seus clientes habituais de forma PERMANENTE, ou seja, quando voltarem a pegar nas gruas, já não haverá navios para carregar ou descarregar. Azar, o pessoal já foi para Setúbal, Sines, Figueira, Aveiro, Algeciras, Barcelona, Roterdão, o que quiserem.

E se com isso o concessionário do porto de Lisboa (só me estou a lembrar da Liscont) tiver que ir à falência, tudo bem na mesma. É a economia a funcionar.

Que sejam livres, que assumam as suas responsabilidades e que aceitem o que lhes calhar na rifa, quer seja o desemprego ou quem sabe, a promoção.

Não me peçam é para contribuir com mais um bailout, desta vez às empresas dos estivadores do Porto de Lisboa.
Ou o acionista atua e injeta capital, ou então, adios adieu, auf wiedersehen, goodbye

Tiago Mestre

5 comentários:

Vivendi disse...

Nem mais... Aliás já devia ter sido entregue essas concessões aos privados há muito tempo.

vazelios disse...

Concordo com a tua análise.

Deixa-me só dar uns pontos sobre os estivadores, sei qualquer coisa porque tenho um familiar na Lusa.

Pelo que me disse os estivadores são um lobby muito fechado e tinham capacidade para ter mais trabalhadores, mas ninguém quer. O grupo fecha-se nos 500 ou 600 e pelo que parece mais de metade do rendimento deles é em horas extras, podendo chegar aos 5000€ mensais.

É isto que sei.

Obviamente que não querem as novas leis sobre as horas extras.

Não percebo é porque o governo não age mais prontamente. O direito à greve é de todos, mas já se excedeu o limite neste caso a meu ver.

Carlos Rebelo disse...

Um gigantesco protetorado comuna, com tamanha importância para a economia portuguesa, só tem de ser desmantelado e mesmo assim já peca por tardio.
Depois queixem-se que todo o tráfego marítimo do mediterrâneo proveniente do médio oriente, fique por Espanha ou faça um bypass por Portugal e seja transferido para os terminais dos países nórdicos, para depois os bens e serviços chegarem a Portugal por via terrestre.
Não há palavras...

vazelios disse...

Até quando durará o dinheiro do PCP/CGTP?

Sim, porque os estivadores ao estarem de greve não recebem certo?

A comida na mesa deve vir daí.

Só de pensar que não vai levar a nada, a não ser a prejudicar o país, entristece-me. Porque os direitos vão diminuir e muito, para estivadores e para os restantes de nós

Anónimo disse...

Eu nao consigo perceber o que os estivadores de lisboa e setubal são mais do que os de viana do castelo, porto ou sines? Tenho amigos a trabalhar nessa area no norte e no outro dia perguntei pq nao fazem eles greve, respondeu-me que era coisa dos politicos sindicalizados de lisboa, deu-me ele um exmple "fui chamado a fazer um trabalho em leixões num dia de semana e em 4 horas levei 500€ para casa, pq vou eu fazer greve se não perco direitos nenhuns, e pelo contrario a probabilidade de se empregar mais alguem e maior". Por estas e por outras eu digo a esquerda nao consegue conviver com a democracia