quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Orçamento Europeu e outras manipulações

São várias as propostas que cada país da UE sugere a Bruxelas. Os que costumam receber mais querem manter o status quo, e os que costumam pagar mais estão a ver que o dinheiro não chega.

Em boa verdade, todos os países "ricos" da UE e que contribuem mais do que recebem, sofrem de um grave problema:

PRECISAM DE SE ENDIVIDAR PARA CONTRIBUIR PARA O OE DA UE.

E pronto, o resto é conversa.

Enquanto os países cresciam, os défices relativizavam-se, as receitas para a UE relativizavam-se, e o projeto UE lá se mantinha de pé.

A partir do momento em que os ricos não crescem, os défices públicos destes não baixam (à exceção da Alemanha), e as necessidades de financiamento aumentam, está-se mesmo a ver que em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.

A UE é hoje uma casa destas. Quem pede, pede mais, e quem dá, começa a não querer dar tanto.
O valor do orçamento irá ficar algures a meio caminho entre os que pedem e os que contribuem.

Segundo ouvi nas notícias, 40% do orçamento da UE vai para subsídios da agricultura/pescas e afins.

Por eu considerar que este tipo de subsídios são totalmente manipuladores e deturpadores da realidade económica a que o ser humano se deve sujeitar, por mim podiam desde já poupar todo este dinheiro.
E já agora, todo o dinheiro alocado ao QREN, ao SIFIDE, ao POPH e muitos outros programas manipuladores da ação humana, inserem-se no mesmo catálogo de fundos que só estimulam os desejos do empresário e não as necessidades da economia real e objetiva.

Tiago Mestre

4 comentários:

Pedro Rodrigues disse...

tanto disparate junto

Sérgio disse...

Gostei bastante da exposição feita pelo Tiago, considerou-a absolutamente verídica. Contudo como o comentador anterior referiu que existem muitos disparates, também gostaria muito de ler um contraponto feito pelo Sr. Pedro num comentário mais elaborado... afinal é com opiniões contrárias que se pode analisar as fragilidades ou firmezas de qualquer ideia. Fica o desafio!

Vivendi disse...

Eu acho que o Pedro Rodrigues se referia aos disparates da UE. Só pode.

Tiago Mestre disse...

Pedro Rodrigues, precisamos sempre de contraditório, e portanto venha ele.

Há 4 ou 5 anos eu não tinha esta opinião, achava que sim senhor, os subsídios e os apoios eram bem-vindos. Desde aí que a minha vida mudou muito, vi muita coisa, e acho que comecei a aprender como funciona a natureza humana.

Sou empresário, como julgo que saibas, e quando falo deste tipo de subsídios aos empresários e às empresas, significa que tenho contacto DIRETO com as instituições e empresas que promovem e gerem todo este dinheiro.
Há empresas no mercado que só se dedicam a formalizar candidaturas das empresas proponentes, e digo-te, esta história dos subsídios é altamente aliciante.

Quase me apetece "criar" aquilo que eles pedem só para me conseguir candidatar e ficar elegível para receber o dinheirinho. É de tal forma tentador que não tenho dúvidas que há muitos empresários a manterem as suas empresas só com estes esquemas (sei do que estou a falar):
Inventam um projeto, alocam postos de trabalho, "mostram" serviço de que andaram a investigar e a desenvolver qq coisa, e tentam montar a apresentação o melhor possível junto do avaliador.

Não esquecer que os empresários são uma "raça" à parte. É preciso perceber o que os move na sua generalidade, porque só assim se percebe a opção de o serem em detrimento de não se terem ficado por trabalhadores por conta de outrém.

O avaliador dos projetos, limitado na sua ação e obrigado a cumprir os critérios definidos, NUNCA consegue perceber as verdadeiras intenções do empresário e se o projeto tem pernas para andar ou não, porque quem define isso é a tenacidade do empresário e o mercado, ou seja, milhares ou milhões de pessoas com gostos todos diferentes, e não 3 ou 4 avaliadores, por muito inteligentes que sejam.

E depois os resultados estão à vista: com tanto apoio e tanta redistribuição de dinheiro, as economias ocidentais desindustrializadas afundam, afogadas em desemprego, despesa pública e muita dívida.

Ao analisarmos estes programas e percebermos como estão montados, fica a sensação de que afinal ganhar dinheiro é fácil, e todo o esforço que tivemos para montar uma empresa e torná-la rentável com as nossas capacidades intrínsecas parece que foi tempo perdido. Mas são tudo aparências, porque se estes programas funcionassem e estimulassem as "teclas certas" das pessoas, a UE não estaria nem com 10% de desemprego nem com crescimento zero desde 2000.

Enfim, muito mais haveria para dizer, mas não posso detalhar mais por dever de reserva