Bank of Japan carrega no acelerador

Ora aí está:

Objetivo: inflação 2%
E Como? imprimindo os yenes que forem precisos e comprando todo o lixo que for necessário.

É caso para dizer que até nisto os banqueiros centrais têm tido sorte.
1. Anunciam que irão imprimir à maluca para espevitar os mercados
2. Imprimem o dinheiro que bem querem e bem lhes apetece
3. E mesmo assim a inflação "oficial" não sobe, caucionando esta gente a imprimir ainda mais e mais e mais.
Suspeito que os motivos para que a inflação não suba lá, cá e nos EUA são estes (digam de vossa justiça tb):

1. Cálculo da inflação não tem em consideração bens essenciais, como energia e alguma alimentação, por exemplo
2. Muitos dólares, euros e yenes são exportados para fora do país, já que são moedas fortes a nível mundial. Os países mais fracos desejam usá-las como moeda padrão nas suas transações com outros países.
3. Grande parte desta impressão monetária é para alimentar bolsas de valores, ETF's, shadow banking e reforço de capitais dos bancos. Pouco chega à economia e muito menos à realidade quotidiana das transações. O dinheiro obtido sob a forma de empréstimos a quase 0% de juros é usado para fins que muitos desconhecem, quer seja complexidade das operações ou pela vontade em manter os negócios fora da vista do público.

E no entretanto, o resultado nos EUA é este:

A isto eu chamo sorte. Bernanke imprime mas não leva com a dor a que chamamos inflação
Têm sido os grandes bancos privados com as suas jogadas complexas e aldrabadas a absorver triliões e triliões de moeda impressa sem a colocar diretamente na economia.
Eis uma potencial explicação para uma queda tão grande na VELOCIDADE DO DINHEIRO.

Talvez também seja por isso que a impressão desenfreada não tenha surtido qualquer efeito positivo nas economias, à exceção do enriquecimento dos banqueiros privados e do desregrado despesismo de Obama, que lá vai ajudando na Procura Interna e nas empresas de armamento.
E o que é que se pede aos políticos quando a economia não recupera à velocidade desejada?
Ainda mais CTRL-P, tipo QEnfinity

Como estão as coisas, é um bocado como o Melhoral: nem faz bem, nem faz mal.

O problema é que o dinheiro parqueado e as dívidas contraídas vão-se avolumando (a verdadeira doença), excedendo em muito o PIB mundial, até chegar o dia em que a aceleração carrega, a velocidade ganha impulso e aí, no dia do juízo final, será muito difícil aos bancos centrais absorver todo esse excesso de liquidez de um momento para o outro. As taxas de juro diretoras teriam que subir vertiginosamente, colocando em falência técnica todas aquelas instituições financeiras que vivem diariamente deste fornecimento de "sangue" barato.

O que está a acontecer ao nível financeiro e económico e inédito.
Não há história suficiente que nos ajude a perceber o que se está a passar. Vai-se um bocado aos apalpões, testando esta e aquela solução e analisando as reações aqui e acolá.

Tiago Mestre