sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Escrita em dia


Blogue: O Insurgente

Relvas Ex Machina



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A comunicação social e as comunidades blogosférica e facebuquiana não se cansam de destacar aquilo a que apelidaram de “a derrota de Relvas“. Não sejamos assim. Quando um Relvas perde, uma quota parte de empresários angolanos e destacadas figuras da sociedade brasileira, dos centros decisórios de Brasília à esgrima das negociatas financeiras de São Paulo, perdem. Certos senhores de barba rija que trajam de avental em terras lusas em rituais dignos de Hogwarts perdem. Centenas de caciques locais, a quem a graça não dotou de qualquer talento que seja conhecido do público, são abandonados à sua desorientação. A política, a economia, a vida alheia, em toda a sua mesquinhez e promiscuidade, desalinham-se dos “affairs” do quotidiano, do nobre beijo do compadrio. Uma derrota do Relvas é uma efeméride para toda a galáxia. E cada vez que este sai enfraquecido, a Lei de Murphy, assola a comum vivência do mundo como estas sinistras personagens o conceberam.

Pessoalmente, não vejo com bons olhos uma privatização conduzida por este senhor. Da mesma forma como tenho vindo a reprovar esta onda de  privatizações “à Yeltsin”. Enquanto a reconciliação entre o Estado e o livre-mercado proceder deste modo, as distorções ao último serão tão ou mais acentuadas como têm sido. Ao que parece – e esta análise corre o risco de ser um pouco redutora – a agenda do PSD, que nada deve ao liberalismo, corresponde, em parte, à agenda de um homem que, numa primeira fase do plano se socorreu dos comparsas para alcançar o poder e que, numa segunda fase, parece estar empenhado em pagar a factura. À custa, claro, do tal desgraçado de costas largas: o contribuinte.

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