sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O défice público irá pagar-se com crescimento económico..

Já não é o primeiro economista a dizê-lo:

Portugal, a partir do momento que tem as suas contas com o exterior mais ou menos equilibradas, apenas precisa de controlar o seu défice público, e para tal não deve castigar mais o setor privado.
É pelo crescimento deste e não pela redução da despesa pública que deveremos apontar as nossas baterias..

É mais ou menos isto que li do excerto da entrevista do António Borges à Rádio Renasncença.

Apetece-me dizer:
Oxalá tivesses razão e era bom que fosse assim tão fácil.
MAS:
- Com toda a desalavancagem que ainda é preciso fazer no setor privado, em que famílias, empresas públicas e privadas devem aos credores aproximadamente 500 MIL MILHÕES DE EUROS para um PIB de 166 mil milhões
- Quando temos um endividamento com o exterior (não sei se bruto ou líquido) de mais ou menos 2,5 vezes o nosso PIB, ou seja, acima de 400 mil milhões
- Com uma economia em que o setor dos serviços emprega mais de 70% da população e pouco exporta
- E sabendo nós que a redução do défice da balança comercial se deve mais à redução das importações do que ao aumento das importações,

Parece-me pouco provável que a economia já esteja reequilibrada, prontinha para descolar e cheia de energia para contribuir com mais impostos que eclipsarão um défice público ordinário de 10-11 mil milhões de euros.

Mas eles é que sabem, ou então sabem alguma coisa que nós não sabemos.
Será que de Davos alguém telefonou ao Borges a dizer que as malas cheias de dinheiro já vêm a caminho?

Tiago Mestre

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