sábado, 5 de janeiro de 2013

Próspero 2013

O ano começa com um "enorme aumento de impostos", se o orçamento é constitucional ou não para mim é irrelevante, dado que considero que a constituição nem para limpar o cu serve.

Mas serão os impostos justos?

A esmagadora maioria das pessoas não consegue imaginar um mundo em que o Estado não exista, em Portugal a maioria acredita que é missão do Estado resolver todos os problemas, que deve ser o Estado a "ir a todas", deve financiar a saúde, financiar a educação, a velhice, o desporto, as energias renováveis, etc... em resumo a sociedade é profundamente socialista.
Sempre que fecha uma empresa, ou existe algum desastre as primeiras palavras que se ouvem é " o Estado tem de...."
A realidade é que ninguém quer pagar o preço que todas estas coisas custam, ou melhor, querem que outros paguem por eles, querem sol na eira e chuva no nabal.

Assistimos a manifestações contra o aumento de impostos(o qual sou contra), e contra o corte na despesa, e sempre ,mas sempre o corte deve ser realizado no vizinho do lado, o aumento sempre ao vizinho do lado, que Eu sou mais importante e não tenho culpa de nada, este é o discurso de grande parte da população.

O Tiago aqui e no contascaseiras por mais que uma vez disponibilizou números, gráficos a demonstrar que nos últimos 40anos o Estado nunca viveu dentro dos seus meios, cobrou sempre menos do que gastou.
Dizem se tivéssemos economia a crescer não havia problema, será mesmo assim?
Desde o 25abril que mesmo quando economia crescia a 4% que o Estado tinha deficit do seu saldo orçamental, foi seguido sempre uma politica Keynesiana em Portugal, sendo o seu maior proponente o actual Presidente da Republica.

Onde estavam os que hoje reclamam do aumento dos impostos no passado a manifestarem se contra a megalomania, das Expo 98, do Euro2004, de Auto estradas para todo o lado, as Scut´s, o TGV, etc...

O interessante é a lógica dos políticos, as dividas do Estado são de todos os portugueses dizem eles, bem segundo vi já vai em 20000€ por cada português, quando o rendimento médio bruto de cada português é de  cerca de 11000(dados de 2011, seguramente hoje é inferior). Seriam precisos quase 2 anos de rendimento para pagar a divida que os políticos contraíram.

A democracia tem destas coisas, não é mais que a possibilidade de escolher quem o vai roubar, ou melhor escolher quem vai roubar por si, apesar de no processo acabar sendo roubado também.

O aumento é brutal, mas não é mais do que é esperado por quem é socialista, isto é o que acontece quando o crédito acaba, ou se reduz (não acabou ainda existe a Troika), há que fazer tudo para procurar manter o sistema, manter o status quo.

Mas o status que se quer manter é a Saúde?a Educação?as Pensões?

Penso que não, o que se procura manter é os esquemas dos políticos e dos oligarcas nacionais. O famoso Pote.

Apesar de ser profundamente contra o Estado dito Social, compreendo que o seu desmantelamento de um dia para o outro (falência como na Argentina) criaria muito mau estar na população-

Mas é interessante ver, que a maioria dos que hoje opinam sobre o orçamento, sobre a saúde, sobre a segurança social foram os que criaram e aprofundaram os problemas, foram os que criaram a divida, que aniquilaram o capitalismo de mercado que existia em Portugal e são os mesmos que dizem que a solução é mais do mesmo.

Compreendo que o Gaspar e Passos tomem o caminho que escolheram, é o único possível para quem é socialista.

O caminho da resolução dos problemas é outro, é deixar o mercado resolver os problemas, mas o que é isso?

Bastiat disse que o problema do Estado é que apenas vemos o visível e não o invisível, só vemos as estradas, os hospitais, as escolas, etc... mas não vemos o dinheiro roubado, mal aplicado, os falhanços esses
desaparecem e como não são visíveis são rapidamente esquecidos. Temos de fazer ver que o problema reside no Estado, não na sociedade civil(na economia privada)

Há uns tempos ouvi o Louça dizer o seguinte "temos de reunir numa sala 100 especialistas em diferentes áreas e estabelecer um plano para resolver os problemas dos portugueses e da crise" (estou a parafrasear) o que me veio há mente foi o seguinte, os idiotas continuam a não compreender o básico da condição humana, da sua acção, como é que alguém sendo ela também humana, consegue prever o comportamento de 10milhões de outros humanos?

O planeamento central não funciona, o Governo, o Estado nada resolve apenas adia ou cria outros problemas não visíveis. Fazer ver que o planeamento central nunca funcionou nem vai funcionar, Einstein dizia "o definição da insanidade é fazer a mesma coisa e esperar um resultado diferente".

Mas como resolver a crise? Será que existe alguém providencial que irá conseguir o céu na terra?
A resposta é claro que não.
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A economia deve ser deixada ajustar para as novas circunstâncias, grande parte dos salários foram inflacionados pela bolha do crédito (sejam privados sejam públicos), devem ser retirados os entraves burocráticos quem impedem este ajustamento, dirão  e com razão vai haver gente a aproveitar se e baixar ainda mais os salários, sim possível, mas o mercado dado tempo possível resolve este problema.
O Estado deve despedir, e baixar salário, o privado deve fazer o que entender melhor para a sua situação.

Mas como isto trará crescimento económico no curto prazo? Não o vai trazer, o que acontecerá é que a recessão será maior, mas isto é o que é necessário.

O Estado deve reduzir a despesa de forma brutal, de forma a reduzir os impostos sobre a economia privada.
Deve abolir a maioria das regulamentações e dos entraves à constituição de novas empresas e negócios.
Deve cancelar todo e qualquer subsidio dado a qualquer empresa, privado, mesmo aos bancos.
Deve cancelar as garantias que prestou a todo e qualquer agente, mesmo aos depósitos (já sei a história das corridas aos bancos, etc...)

Mas isso terá impactos catastróficos, sim no curto prazo sim, haverá um choque brutal, algo que teria ocorrido caso a Troika não tivesse adiantado o dinheiro.

Reparem uma coisa, o Banif é intervencionado, mas irá comprar divida pública com o dinheiro dado pelo Estado, circulo infernal, uma burla.

Mas o sistema quebrará assim dirão, sim mas quem mais beneficia do sistema são os políticos e seus amigos, os que criaram o problema.

Não existe volta a dar, o nível de vida de alguns portugueses, principalmente funcionários públicos, nunca mais chegará a ser o que foi, chuparam a vaca toda, e agora vai ser brutal.

Mas as coisas tem o habito de se resolverem, e o processo já se iniciou o ano passado, morreram mais do que nasceram, irá se assistir a uma mortandade principalmente de idosos muito grande, devido há falha do sistema, não emito um juízo de valor, apenas que será o que irá acontecer.

E o problema do Estado Social vai diminuir, como outros problemas irão se auto resolver.

O ser humano ajusta-se as situações por isso ainda andamos por cá, a teoria austríaca leva em conta esse factor, por isso todo o seu foco no empreendedor como motor do crescimento económico.

Temos de perceber que dependemos de nós para resolver os nossos problemas, dependemos das relações que criamos, dependemos da entreajuda sem coacção.

PS- acho que fugir aos impostos hoje é dever humanitário, proteger o nosso pouco património bem como o património de quem por livre vontade aceita fazer uma troca voluntária connosco, por isso pelo que depender de mim ajudarei, todos não exigindo factura e dizendo mesmo que não quero.

2 comentários:

Manuel Galvão disse...

Vamos então fazer uma sociedade de consumo sem dinheiro a circular... gostei !

Os empresários que mais se encostaram ao Estado foram os banqueiros. Foram os mesmos que usaram de todas as artimanhas para colocar no poder políticos amestrados, que depois lhes assinam os avales do estado e os perdões fiscais...
Mas não foram só eles. Houve quem pedisse avales do estado para comprar máquinas de cortar papel !!!

Filipe Silva disse...

Concordo em absoluto com a segunda parte do seu comentário.

OS politicos estão ligados por cordão umbilical aos banqueiros e vice versa, e não é só aqui em Portugal, bem como em todo o mundo.

Basta analisar o caso dos USA, em que existe uma constante permuta entre altos dirigentes dos USA com os principais bancos de Wall Street, seja Goldman sachs seja JP Morgan.

O Caso mais vistoso de Henry PAulson do tempo de Bush antigo CEO do Goldman, e como este beneficiou o anti banco no Bailout.

Na Europa basta ver como o presidente da comissão (politico falhado em Portugal) é amigo de banqueiros e empresário e até passa férias a custas destes.
Entre outros exemplos.

Em relação a primeira parte do comentário ninguém defendeu uma sociedade de consumo sem dinheiro a circular, o que se defende é que o actual sistema arrebentou, o caso português é claro nisso.
O actual problema é que grande parte da divida contraída foi para safar os bancos e os governos, porque ambos são a mesma coisa,

O dinheiro existe para facilitar as trocas comerciais, bem como forma de reservar consumo diferido no tempo e reserva de valor, como vemos criação de nova moeda do nada, cria bolhas que levam a um boom e subsquente Bust.

Von Mises avisou no que isto ia dar.