segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Num estado socialista
Um cidadão comum desloca-se em serviço profissional até ao centro da cidade. Já no centro procura um lugar para estacionar e avista desde logo fiscais do parquímetro a inspecionar e a multar os carros estacionados que não tinham colocado a moeda no parquímetro.
O cidadão alarmado, mal estaciona procura uma moedinha no bolso para não cair na multa. Tinha 1 euro e 10 cêntimos... Pegou nos 10 cêntimos e tentou colocar na máquina mas esta responde-lhe digitalmente que o mínimo era 25 cêntimos...
Assim restou-lhe ir ao café mais próximo pedir para trocar a moeda de 1 euro enquanto estava preocupado com uma antecipação da abordagem dos fiscais e deixou como precaução os 4 piscas ligados.
No café, a empregada foi atenciosa perante o pedido para trocar a moeda de 1 euro mas colocou uma dificuldade acrescida para abrir a caixa registradora pois com o novo sistema de faturação é obrigada a faturar sempre que mexe na caixa registradora...
Para não entrar em stress demais com a situação e para ter as moedinhas decidiu fazer uma compra de uma chiclete mas com direito também a uma fatura no valor de 5 cêntimos.
E o cidadão lá colocou as moedinhas no parquímetro e foi cumprir as suas obrigações profissionais para poder continuar a pagar impostos.
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7 comentários:
... E num Estado socialista há quem se submeta à inútil, ilegal e ilegítima «novilíngua» «só-cretina» conhecida por «acordo (aborto) ortográfico», e é por isso que escreve aberrações como «inspecionar» e «faturar»/«faturação»/«fatura».
Caro Octávio,
É verdade que me adaptei ao acordo, mas não pela imposição em si mas pela suposta aproximação aos países de língua portuguesa. Compreendo e respeito as razões de quem não aceita.
Cumprimentos.
Diz (escreve) bem: «suposta aproximação». Porque, na verdade, o AO90 só causa afastamento, caos, confusão, degradação da ortografia, da língua, da cultura. O Brasil adiou-o, Angola não o aplica, e Portugal... faz figura de parvo. Todos os que se «adaptam» a ele tornam-se cúmplices dessa destruição. Os brasileiros continuam a escrever «recepção» e a nós «mandam-nos» escrever «receção». O que vai bem com a recessão em que vivemos.
Caro OCTÁVIO, também me "adaptei" ao novo acordo ortográfico, sendo verdade que há muita gente respeitável que não o aceita, a começar pelo presidente do CCB e outros.
O tema é de tal forma complexo que não tenho opinião na matéria. Há países que o aceitam e outros que não, sendo Portugal, pelos vistos, o único que o ratificou na Assembleia (acho eu!)
Em termos mais gerais, fico com a perceção que os autores deste acordo quiseram, tanto quanto possível, ajustar a escrita à leitura, ou seja, eliminar consoantes mudas e mais umas quantas coisas.
Em alguns casos parece realmente uma aberração, como refere, mas nesta matéria da língua, sabemos que ela vai a reboque do que se verbaliza no quotidiano, ou seja, a tendência é para ir simplificando em algumas coisas, complexificando noutras, etc.
Como sugestão minha, não veja este assunto como uma matéria de ilegalidade ou ilegitimidade.
O património da Língua Portuguesa representa algo mais do que isso, e por muito que os políticos dos países onde se fala português queiram ou não queiram ratificar o novo acordo, porque concordam ou não concordam com ele, a língua sobreviverá enquanto houver gente disposta a falá-la, e isso os políticos pouco ou nada conseguem influenciar.
Estas divergências e tergiversações das elites políticas em ratificar ou não novos acordos ortográficos parece-me parte constituinte de todo o processo de formação e evolução da língua. Penso que tem sido assim ao longo dos séculos
Eu não uso o novo acordo ortográfico, penso que manchou um pouco o bom Português (que tanto gosto de usar), uma lingua tão bonita e elogiada pelo mundo fora. No entanto penso que não devemos exagerar nos sentimentalismos. Não concordo mas percebo. E percebo quem fique "ofendido".
Ainda assim, considero bastante importante estreitarmos relações com a comunidade Portuguesa no mundo, agora que tanto precisamos, nomeadamente com o Brasil neste caso, mas também Angola, Moçambique e outros. E a lingua Portuguesa está em crescendo não só em % de população mundial que a fala, mas também em importãncia economica.
E esta foi uma maneira de estreitarmos as relações e de afirmarmos mais o Português como a 5ª lingua mais falada no mundo.
Caro Tiago,
o assunto não é assim tão complexo. Basicamente, reduz-se a ter-se, ou não, juízo na cabeça, vergonha na cara e coluna vertebral no sítio.
Você, ao ter decido «adaptar-se» ao AO... tem mesmo opinião na matéria.
Não tenho de seguir, ou não seguir, a sua «sugestão». Este assunto é mesmo, também, se não principalmente, de (i)legalidade e de (i)legitimidade. O AO90 é ilegal, e ponto final: como acordo internacional, só pode entrar em vigor quando todos os países signatários o ratificaram, o que não aconteceu; como medida legislativa nacional, resultou de resoluções... que são inferiores juridicamente a um decreto (de 1945) sobre o tema... que continua, pois, em vigor.
Quem foi a «reboque» - ou de «empurrão» - neste assunto foram os «especialistas» da treta que congeminaram este aborto - como Malaca Casteleiro, mas não só. Porque é que se haverá de dar cobertura nacional aos caprichos de meia dúzia de pervertidos? Sim, pervertidos: que outra designação se deve dar a quem entende que fica muito bem escrever-se «espetadores» em vez de «espectadores»?
Octávio, vê-se que estás dentro do tema da ilegalidade de todo o processo. Remeto-me ao silêncio, e vou reconsiderar se vale a pena ou não continuar a usar o novo acordo.
Tenho que aprender mais sobre o assunto, porque tb não gosto de me "adaptar" a coisas que estão tão pervertidas e ilegítimas logo na sua origem.
obrigado pelo esclarecimento
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