quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Austeridadezinha...

Só estava à espera de saber quem seria a primeira instituição a chibar-se, porque eu já suspeitava que mais tarde ou mais cedo isto pudesse rebentar nas mãos do governo.


A tal austeridade de que tanto se fala e que tanto mata conseguiu que nos endividássemos apenas 19,6 mil milhões de euros em 2012.

É verdade que talvez metade deste valor seja para recapitalização dos bancos, mas mesmo retirando essa metade, já seria muito mau, porque seria um valor em linha com os anos em que não se praticou austeridade nenhuma.

AUSTERIDADE ( ZINHA ) PARA QUÊ?

Tiago Mestre

8 comentários:

Pedro Miguel disse...

São valores que na sua maioria estavam previstos desde o resgate.

Se podes colocar a capitalização dos bancos, também podes colocar o aumento dos juros.

Interessante notar é a trajectória do saldo primário orçamental.

vazelios disse...

Concordo com o Pedro.

Que a divida ia aumentar todos sabiamos.

Que o PIB ia cair também todos (alguns pelo menos) sabiamos.

Não sabiamos era como se comportamentaria a BC, o saldo primario orçamental, evolução da despesa primaria, receita primaria, etc...a partir do resgate. Umas coisas endireitaram outras derraparam.

Essas são as variáveis que controlamos e as que são importantes analisar. Porque Juros, capitalização dos bancos e algumas empresas já sabiamos que iam haver, dado o descalabro das contas de toda a nossa sociedade, estado empresas e familias.

vazelios disse...

*se comportariam (não sei o que me deu)

Tiago Mestre disse...

Talvez alguns de nós soubéssemos que a dívida continuaria a aumentar, mas Passos Coelho informou-nos desde 2011 que o corte nas gordurinhas seria suficiente, e lá para 2013 o défice já andaria pelos 3% ou até menos. Sonhos

E a despesa total, meus caros, a despesa total, que dificilmente baixa dos 80 mil milhões?

Melhorámos na despesa corrente primária (que julgo não ser tanto assim) mas pioramos na despesa social e nos juros. Em boa verdade, estamos a mudar custos de umas rúbricas para as outras. Acho que não chega

Academia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pedro Miguel disse...

Tiago, estás a contradizer-te quando comparado com alguns dos teus textos.

Digo isto, porque a despesa social vai aumentar com o desemprego durante qualquer fase de recessão, que advém do ajustamento económico. A própria austeridade ajuda na recessão e no aumento de desemprego.
A questão é que é mesmo melhor a austeridade e o desemprego agora que maior desemprego no futuro.
Logo, se há austeridade já se sabia que que a despesa social iria absorver uma fatia das poupanças enquanto a economia não desenvolver.
Os juros também já se sabia que iam continuar a aumentar face do elevado endividamento, e nunca as taxas dos empréstimos que substituem os ainda necessários empréstimos vão diminuir sem austeridade e rigor.

Quanto às previsões, eu já disse mais vezes, elas são feitas com base noutras previsões.
Se a OCDE te diz que a Europa vai entrar em recessão de 3%, Portugal, ao elaborar as suas previsões tem que assumir essas previsões como certas.
Se a Europa desce 3,3% e as previsões a cargo do estado também resvalam, então a diferença pode ser significativa.

Não conheço ninguém que acerte sempre nas previsões nas suas empresas, nas suas casas, nem no tempo de ida pro trabalho.

O que eu quero é que nos tirem do buraco!

Tiago Mestre disse...

Mas Pedro, a despesa social também ter que ser cortada.

Penso que tenho enfatizado isso, sabendo eu as consequências desastrosas para reformados e desempregados de tais decisões.

Pedro Miguel disse...

Eu sei Tiago.

E eu sei que deve ser cortada.

O mal nas nossas analises é que o deve é diferente do possivel.

Nao podemos permitir que a procura do certo faça o poder cair nas maos dos manipuladores do povo, vulgo esquerda radical/caviar e esquerda radical/utopica.