Alguém confidenciou aos media neste fim de semana que era intenção do governo alargar o corte dos 4 mil milhões para um prazo de três anos, ao invés de apenas um. Em vez de ser apenas em 2014, seria antes em 2013, 2014 e 2015.
Pensando bem, não se percebe isto, porque a ser a 3 anos, seria de 2014 a 2016, já que não se conhecem medidas para 2013 relacionadas com este "novo" plano.
Gaspar afirmou na Comissão de Finanças na semana passada, julgo, que os trabalhos decorreriam entre 2013 e 2015, mas sempre naquela semântica de rasteira em que não se percebe bem o que quer ele dizer com aquilo. Só o deputado Honório Novo do PCP é que percebeu logo nas entrelinhas, mas não se fez grande alarido sobre o assunto.
Tudo isto para dizer que, pelo andar da carruagem, todo o papel e caneta que se gastou a propósito dos cortes de 4 mil milhões para 2014 está a cair pelo cano de esgoto abaixo.
O governo, talvez influenciado pelo Dr. António Borges, julgou que a viragem económica estava aí ao virar do trimestre, e baseando-se nessa futurologia, vendeu mais um sonho e uma promessa aos portugueses:
que os cortes poderiam acontecer num só ano porque a economia já estaria reestruturada e prontinha a crescer como se não houvesse amanhã.
Pelos visto o tiro saiu outra vez pela culatra ao governo, descredibilizando ainda mais a conversa mole de Passos Coelho e colocando Gaspar numa posição cada vez mais frágil, já que também ele é cúmplice do "crime palaciano" nas falhas sistemáticas de previsão e de obtenção de resultados.
Há quem possa respirar de alívio porque o plano passou de 1 ano para 3, mas no fim, como é evidente, irá dar tudo ao mesmo, senão pior, porque esticar o plano a 3 anos significa tão só que o défice público não será combatido tão fortemente como se desejaria, resultando na emissão de mais dívida e mais juros para pagar, a não ser que já se perspetive uma reestruturação da dívida.
E já agora, que é feito daquela promessa - REGRA DE OURO - que os países fizeram à Merkel de que lá para 2014-2015 os défices andariam a roçar os 0%?
Isso foi ratificado nos parlamentos em Março de 2012, se não me falha a memória, há 1 ano sensivelmente.
Aaaahhhh, já me esquecia, foi tão só para se gastar papel e caneta.
Como eu gosto de democracias fortes, lideradas por gente que não gosta de mentir nem de enganar
Tiago Mestre
1 comentário:
Quando é que saimos do euro?
Não é moeda para nós.
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