Começar a fazer contas ao declínio
Só gente não viajada e carente de informação básica, incapaz de medir a extensão do declínio do Ocidente - pessoas presas da rasteira demagogia que inunda o discurso lírico daqueles que clamam por benefícios e redistribuição de uma riqueza que já não existe - pode insistir no mito do Estado Social e no abundantismo das sociais-democracias. Há quem não queira encarar o futuro de pobreza que se aproxima. Há quem se recuse aceitar reformas profundas e, assim, atalha o caminho para a regressão e o sub-desenvolvimento, julgando estar a defender uma causa nobre que esconde, afinal, casmurrice, cegueira, iletrismo económico.
O velho continente - Portugal especialmente - está numa encruzilhada de futuríveis. As velhas ideias - herdadas de tempos de supremacia em que a Europa era rainha da tecnologia e da ciência, rainha das armas e modelo para os outros - têm na esquerda o reduto de reacção à mudança sistémica que o curto documentário evidencia. Pelos benefícios e privilégios de ontem, gente bem intencionada mas absolutamente aferrada a certezas datadas, julga que as reformas escondem uma "agenda ideológica". Essa "agenda ideológica" não existe senão nos terríveis estudos prospectivos acessíveis em qualquer organização internacional especializada. A Europa encontra-se em avançada fase de pauperização. Perdeu a dianteira e tudo o que pode fazer é fechar-se, competir e lutar por um lugar na arena mundial.
Em 2060, o Bangladesh terá ultrapassado Portugal, a Índia será superior à soma da Alemanha, da França, da Itália e da Grã-Bretanha. Quem se recusa a mudar, agora e sem vacilações, será amanhã julgado no tribunal da história.
1 comentário:
Portugal tem de sair do Euro e ligar-se às economias emergentes de países historicamente "amigos". Com o seu crescimento até 2060 nós podemos aproveitar a voleia. Somos o 14.º país do mundo com mais reservas de ouro (se ainda estão lá no BP).
Enviar um comentário