terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Eleições livres? Like. Resultados indesejados? Don't like

Ser-se democrata significa reconhecer os resultados das eleições.
Em Itália as eleições foram livres, não houve trafulhices, e portanto os resultados são para aceitar, MESMO QUE NÃO NOS AGRADE QUEM OS ITALIANOS ESCOLHERAM.

Na Europa ficou tudo em pânico porque afinal os italianos tramaram as espectativas dos burocratas europeus. O resultado não foi o que se esperaria. Azar, têm que aguentar.
Se fosse para escolher quem Bruxelas quisesse, fazia-se bypass às eleições, como aconteceu com a entrada de Monti há ano e meio, e transitava-se diretamente da democracia para um regime totalitário. Queimavam-se umas etapas, é certo, mas não dá para querer ter democracia e resultados pré-feitos ao mesmo tempo.

Mas o que mais atrapalha os burocratas europeus nem é tanto o resultado indefinido, mas sim a esmagadora votação no partido de Berlusconi e no Movimento 5 estrelas do comediante e bloguer Beppe Grillo.

Pelos vistos, não há governo de coligação maioritária sem ter que trazer um ou outro para o poder. Eis o horror para aquela gente que tudo fez para correr com Berlusconi do poder em Novembro 2011.

Se se lembram, o modo como Berlusconi foi afastado do poder revelou o que de pior de faz na União Europeia. Bruxelas pressionou a saída deste recorrendo ao "compatriota" Draghi e ao seu poder em ajudar, neste caso em Não ajudar a Itália, com a compra de dívida pelo BCE, quando os juros subiam sem parar. A sua saída foi demasiado indigna e na altura comentei bastante no Contas este modo bem cleptocrático de gerir regimes.

A figura de Berlusconi apenas me dá para rir e não tenho nada nem contra nem a favor, mas para o bem e para o mal, ele estava no poder por sufrágio legítimo dos italianos, tendo ganho as eleições depois da coligação de esquerda de Romano Prodi, ex-presidente da comissão europeia, ter rebentado, já que durante pouco mais de um ano nada se conseguiu fazer nos corredores do poder.

Tive a oportunidade de visitar a Itália nesse tempo (2007 acho eu) de Prodi, e o que a malta desejava é que saísse do poder a coligação de esquerda que só usa a inteligência para confundir na semântica e fosse para lá alguém que pelo menos faz qq coisa. Escolheram novamente Berlusconi, que já tinha sido 1º Ministro da Itália antes de Romano Prodi.

O pessoal decidiu, está decidido. Claro que a decisão vai contra a doutrina de Bruxelas de alguma austeridade, mas se o pessoal não quer não quer. Bruxelas que mude de doutrina ou então que deixe a Itália ir à sua vida.

"Ah, mas agora é tarde demais e temos muito a perder."
Claro, mas o povo é soberano, mesmo quando escolhe políticas irresponsáveis de continuar a gastar o que não ganhou recorrendo ao endividamento.

Não elucidaram ou então não convenceram italianos suficientes? Azar. O povo escolheu, está escolhido.

Berlusconi faria novamente um grande figurão naquelas cimeiras em que aquele pessoal pela frente são só sorrisos e cobardias mas por trás é um a dizer mata e outro a dizer esfola.

Com os investidores a reagir a medo aos resultados italianos, a máquina de propaganda mundial tudo fará para mandar Berlusconi e Beppe para a sarjeta.
O Medo da desgraça que está para vir ecoará por todo o lado.
A União Europeia tem que se salvar porque sem ela será tudo muito pior. E assim se justifica e oficializa a cleptocracia, a plutocracia, a oligarquia, etc.
Assim justifica-se tudo o que a gente quiser.
O céu é o limite.

Tiago Mestre

3 comentários:

David Seraos disse...

O problema é que os eurocratas querem ser os EUA versão europeia, mas tal nunca foi possível pelas soberanias bem vincadas de diversos países, algo natural.

Pois eles não entendem que antes de tudo os portugueses são portugueses, os italianos são italianos e só bem depois é que são europeus.

Aqui acho que se aplica muito bem o teu post anterior onde falavas sobre "viver como portugueses, regressar à nossa cultura"

vazelios disse...

Caros Viriatos,

O que acham deste artigo?

http://oinsurgente.org/2013/02/27/o-ajustamento-em-curso-explicado-em-dois-segundos-e-meio/

Comentários?

Sinceramente não o percebi muito bem e apesar de gostar bastante do insurgente, queria opiniões dos meus mais antigos bloguers e também um pouco mais imparciais.

Abraço

Anónimo disse...

peço desculpa pelo offtopic mas sabem o motivo pelo qual aparece uma "REPUBLIC OF PORTUGAL" como Company no www.sec.gov?