domingo, 17 de fevereiro de 2013

Nós e os protestantes

Num belíssimo artigo no blog Portugal Contemporâneo, e que o Vivendi teve oportunidade de comentar, Pedro Arroja volta a realçar um fenómeno que há muito me despertou a atenção:

A vitória do protestantismo sobre o catolicismo, e de como a elite portuguesa se deixou deslumbrar por ideias que em nada têm a ver com a nossa cultura

Mas em Pedro Arroja há também um sabor amargo na escrita, talvez por ele próprio, em tempos, se ter deixado seduzir pela beleza técnica, metódica e utilitarista da cultura protestante.
Parece-me que não é exceção. O código de valores que nos impingem nas escolas aponta nesse sentido. As elites acham que é assim que nos devemos comportar, e sem se aperceberem, até porque estão cheias de boas intenções porque querem o melhor para nós, aplicam-se em vender um casaco que afinal não nos serve.

O assunto é fascinante é muito há para aprender. Aliás, está tudo por fazer.

Como já tive oportunidade de escrever num comentário a um post do Vivendi, o ideólogo português que verdadeiramente me fascina ao relatar os méritos do cultura portuguesa e os deméritos das culturas protestantes é AGOSTINHO DA SILVA.

Lendo o "livrinho" de bolso "Reflexões à Margem da Literatura Portuguesa" com menos de 150 páginas, da Coleção Filosofia&Ensaios da Guimarães Editores, é difícil não nos apaixonarmos pela cultura portuguesa e pelo nosso amor genuíno à liberdade.

Mas o debate nos media é inexistente e todas as forças nacionais e mundiais pedem para sermos mais europeus, mais protestantes, mais utilitaristas, mais trabalhadores, mais produtivos e mais ricos. Como eu desconfio daquela gente que julga saber tão bem o que é melhor para nós.

Cá em Portugal o tiro está a sair-nos bem pela culatra, e como a importação de ideais não está a dar o resultado desejado, já todos sabemos a receita: reforçar ainda mais a dose para ver se o paciente reage.

Sugiro a leitura do artigo do Pedro Arroja publicado aqui

Tiago Mestre

1 comentário:

Vivendi disse...

A quando do eclodir da crise pensei que o problema era essencialmente económico por má gestão.

Pedro Arroja, tem demonstrado em seus escritos que há algo mais profundo nas causas da crise. Nós já tínhamos chegado à conclusão naquele celebre post da Espuma dos Dias, É a cultura, estúpido.