quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

No mundo da mentira II


(05/02)  No mundo da mentira Argentina congela preços até 1º de abril 


(14/02)

Congelamento de preços causa escassez na Argentina

  • Em supermercados da capital, faltam produtos como pão, farinha e óleo: sinais de desabastecimento

BUENOS AIRES – Determinado semana passada pelo governo da presidente argentina, Cristina Kirchner, o congelamento de preços — que terá vigência, em princípio, até o próximo dia 1º de abril — já provoca a escassez de alguns alimentos em supermercados da capital e de províncias como Buenos Aires. Basta uma rápida visita a supermercados de bairros portenhos de classe média, como Palermo e Belgrano, para constatar a falta de produtos, entre eles pão de forma, farinha de trigo e açúcar. Segundo publicou na quarta-feira o jornal “Clarín”, o mais lido do país, no município de Vicente López, na grande Buenos Aires, por exemplo, também ficou mais difícil conseguir óleo e erva mate.
Os primeiros sinais de escassez provocaram preocupação entre representantes da Coordenadora das Industrias de Produtos Alimentícios (Copal), que ontem se reuniram para debater a situação provocada pela mais recente medida adotada pelo polêmico secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno. Ele também está por trás das restrições às importações no país. E, há sete anos no comando do Indec (o IBGE argentino), é acusado de manipular as estatísticas oficiais.
No primeiro fim de semana de vigência do congelamento, Moreno enviou inspetores a vários supermercados para controlar o cumprimento do acordo selado semana passada, que incluiu cadeias de lojas de eletrodomésticos e papelarias (em pleno período de volta às aulas). A sensação entre empresários e economistas locais é de que a iniciativa será prorrogada em abril, já que a Casa Rosada estará em campanha eleitoral para as Legislativas do próximo mês de outubro — quando será renovada metade do Congresso — e fará o que for necessário para evitar uma disparada dos preços.
Deputados da oposição divulgaram ontem o Índice de Preços do Congresso de janeiro, calculado em base a projeções de analistas privados que suspenderam a publicação de suas estatísticas pela perseguição do governo. O indicador alcançou 2,58% e, segundo os congressistas, entre janeiro de 2012 e mês passado a inflação acumulada foi de 26,28%. O Indec ainda não informou o IPC oficial de janeiro, mas estima-se que, como todos os meses, será muito inferior ao do Congresso.
— Já temos um princípio de escassez e minha previsão é de que este congelamento trará duas consequências essenciais: teremos menor quantidade e menor qualidade de produtos — assegurou ao GLOBO o economista Roberto Cachanosky, autor dos livros "Economia para todos” e “A síndrome argentina”.
Segundo ele, “Moreno, mais uma vez, está atacando o problema errado”.
— A inflação é a febre, o sintoma, mas o problema grave que temos neste momento é a desvalorização de nossa moeda, provocada pelo acelerado ritmo de emissão monetária —explicou Cachanosky.
Emissão monetária teve alta de mais de 30%
O economista afirmou que “o secretário está quebrando o termômetro, em vez de controlar a febre”. De acordo com seus cálculos, em janeiro a emissão monetária do país aumentou mais de 30% em termos anuais, basicamente para financiar o Tesourou — leia-se o crescente déficit fiscal da Casa Rosada, que continua sem acesso aos mercados internacionais de crédito.
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