domingo, 17 de fevereiro de 2013

Mesmo quando a coisa está preta, pode ser das boas

A anulação do défice da Balança Corrente, BC, é mesmo o grande feito dos quase 2 anos de governo do Pedro Passos Coelho. 

A BC soma todas as transacções com o exterior (balança comercial,  balança de serviços, juros, lucros e transferências dos emigrantes e da UE). Quando é deficitária traduz que o país se está a endividar face ao exterior. 

No tempo do Sócrates, cada português endividava-se 150€/mês (dos quais, 60€/mês eram juros para pagar a divida que se foi acumulando), mais que 10% do PIB. 

Quase por milagre, em menos de 2 anos que  leva o governo do PPC, a BC corrigiu (ver Fig. 1). E ainda é mais notável sabendo-se que cada um de nós continua a pagar 60€/mês de juros ao exterior. Assim, se não fossem os juros, teríamos uma BC bastante positiva (cerca de 4% do PIB).

Fig. 1 - Evolução da BC, 2009:2012 (dados: Banco de Portugal)


Leia o post completo no económico-financeiro para entender porque mesmo quando a coisa está preta, pode ser das boas...




3 comentários:

Pedro Miguel disse...

Como é costume, boa análise do professor Pedro Cosme.

Contudo, o Álvaro parece querer contradizer a análise, e é até curioso o artigo do professor acabar com a informação "E as exportações não podem substituir a procura interna. Porque a procura interna era de construção civil e vendas e isso não serve para exportar." no dia em que a notícia é "Portugal vai construir 75 mil casas na Argélia no valor de 4 mil milhões", com trabalhadores portugueses.

Não vi quantos anos vão levar estas obras nem quantos portugueses irão para a Argélia.

Tiago Mestre disse...

1ª Vitória de Portugal após entrada da troika:
Balança Comercial estabilizada

2ª Vitória (que não sei quando será):
Endividamento a descer de forma generalizada, para aí 40 ou 50 mil milhões/ano.

Só já me falta rezar

Vivendi disse...

A 2ª vitória,

Acho que só acontecerá quando a maior parte da dívida, que já é detida em grande maioria internamente pela banca portuguesa, se poder fazer uma reestruturação em pelo menos 1/3 da dívida e esta ação ao mesmo tempo já não provocar riscos sistêmicos na banca europeia, naturalmente sobre a supervisão e ordens superiores dos senhores europeus.